Por Belisa Figueiró
A terceira mesa do Reach foi integralmente dedicada ao My French Film Festival, apresentado por Quentin Deleau, diretor de distribuição do festival, que também já virou uma plataforma de exibição do cinema francês pelo mundo.
Por iniciativa da Unifrance – instituição dedicada à promoção e difusão dos filmes franceses no mercado internacional – o My French Film Festival foi criado em 2011 e exibe dez longas e dez curtas-metragens entre os meses de janeiro e fevereiro, anualmente, em países de todos os continentes.
Nesse painel, Deleau explicou que o modelo de negócio varia entre os países, sendo que naqueles considerados mais maduros no consumo de VOD há cobrança pela exibição dos filmes, no valor de 2 euros. Na América Latina, na África e em países da Ásia, o acesso é gratuito, mas os espectadores acabam tendo interrupções de propagandas no streaming.
Além de levar a cinematografia francesa para mais territórios, os objetivos são coletar e analisar os dados dessa audiência, tentando descobrir inclusive que tipos de filmes cada país tem mais interesse e qual é o comportamento desse público.
Os dados apresentados por Deleau mostraram que os filmes foram mais assistidos nos celulares do que nos tablets e nos computadores; o público é majoritariamente feminino (dois terços), sendo que as mulheres de até 34 anos são as mais entusiastas do festival.
No primeiro ano, o My French Film Festival registrou 37 mil visualizações. Em 2018, esse número cresceu para 12,9 milhões. A oferta dos filmes também ocorre em mais de 20 plataformas parceiras, algumas delas globais, como o Mubi e o Youtube. Em algumas cidades, o festival também tem sessões físicas, em parceria com a Aliança Francesa ou com o Instituto Francês. Aqui no Brasil, tiveram sessões ao ar livre em Porto Alegre, nas últimas edições.
Por meio do My French Film Festival, Deleau destacou que, ao ampliar o público do cinema francês, as intenções são buscar maior reputação desses filmes, gerar receitas para os agentes de vendas e produtores, gerar novos negócios, entender melhor a audiência e, consequentemente, impulsionar o soft power francês com o cinema.